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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O que fazer e como obter resultado com a responsabilidade social

Entrevista com Paulo Itacarambi, vice-presidente-executivo do Instituto Ethos, organização que há dez anos auxilia empresas na gestão sustentável de negócios

Nós da Comunicação – É possível dizer que o Instituto Ethos teve êxito nesses primeiros dez anos de tentativa de inserir o debate sobre sustentabilidade na pauta nacional? Você acredita que chegou a hora de algumas práticas e medidas serem realmente efetivadas?

Paulo Itacarambi – Sim. Não é apenas o Ethos, mas um conjunto de instituições que estão promovendo esse movimento. Tivemos um grande sucesso ao produzir conhecimento sobre gestão sustentável dos negócios que, hoje, está à disposição das empresas. Ninguém mais discute que responsabilidade social e sustentabilidade são importantes. Antes, a pergunta era: ‘O que é responsabilidade social?’. Agora, a questão está em outro patamar: ‘O que fazer e como obter resultados?’. Apesar desse grande êxito, os resultados precisam aparecer, até para que o movimento se fortaleça. Corremos o risco de o movimento perder força, e vários motivos contribuem para isso: o baixo nível de cobrança por falta de conhecimento, e a falta de cultura de sustentabilidade da sociedade e das empresas. Um exemplo disso é que, para uma organização, basta dizer que é socialmente responsável e, pronto, ela está incluída na lista, e isso dá margem ao descrédito.

Ao tomar a decisão de investir em sustentabilidade, uma empresa olha para o mercado e para o concorrente e, no geral, vê algumas companhias que apenas falam ou apenas trabalham no campo da comunicação. Como essa empresa convencerá sua equipe se o outro fala que faz e é percebido no mercado da mesma forma que ele? Há um espaço de diferenciação das empresas que de fato investem esforço, dinheiro, inteligência. E ter de convencer a diretoria, os departamentos, é um processo demorado.

São duas as razões pelas quais uma empresa se envolve voluntariamente – por interesse e pelos valores morais. E foram justamente essas que buscamos explorar durante os últimos dez anos. As diretorias acham correto fazer isso por uma questão de valores, mas também porque gera benefícios, traz reconhecimento, agrega valor ao produto e à reputação. Se ela não é reconhecida, começa a ter dificuldade em continuar investindo. Se você investe para se diferenciar, mas não se diferencia, como continuará investindo?

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