Por Gabriel Rossi*
Você está preparado para evoluir e sair dos questionamentos diários sobre a ação viral promocional divertida, a “orkutização” e “facebookização” do Twitter ou parar de ir às mesmas palestras sobre as melhores práticas para blogs corporativos?
Tudo isso já soa repetitivo, não é mesmo? Nada de dados, soluções ou ideias surpreendentes. O momento agora é de movimento rápido, evolução e um olhar para as mídias sociais e de todos os seus processos de escuta para que eles sejam práticas não estéreis, mais técnicas e que realmente impactem em processos decisórios delicados.
O ideal é que tais processos injetem conhecimento em todos os departamentos dentro das corporações (tradicionais ou não), transformando vidas e gerando inovações que criem retorno sobre o investimento (ROI) verdadeiramente plausíveis para executivos e mercados de alta performance.
Chegou a hora de iniciar uma nova discussão, trazer ar fresco para o mundo corporativo. Precisamos – todos – nos tornar, talvez, um pouco mais seletivos em relação ao conteúdo.
É importante lembrar que, para o branding moderno e as comunidades digitais gerarem real vantagem competitiva em muitas organizações, é preciso que os responsáveis embarquem em uma jornada de trabalho metódica em torno da essência da marca e mergulhem de cilindro em um trabalho que integre as mídias sociais junto a todo singular departamento dentro da companhia – nível gerencial ou não.
Uma das perguntas específicas que o profissional envolvido com marketing e branding deve estar apto a responder é seguinte: “A empresa possui cinco produtos. Três não estão vendendo muito bem. Como as mídias sociais podem acelerar – rapidamente ou não – as vendas destes produtos que estão com a performance abaixo do esperado? Como mensurar este processo de forma profissional e apurada?”É claro que ações pontuais e ferramentais continuam sendo bastante importantes.
Porém, numa visão mais holística e direcionada para a integração com o mundo dos negócios, a discussão precisa progredir.
Que tal: Como antecipar o que meu cliente vai fazer ou expressar através da análise de perspectivas históricas digitais, assim estando apto a empregar os recursos adequados para direcionar as minhas decisões estratégicas?
Como se tornar cada vez mais social por meio do aprendizado diário e da escolha das ferramentas de monitoramento adequadas?
Que tal estas outras perguntas: Como pode uma corporação mensurar o sentimento em tempo real, ou seja, os comentários favoráveis e não favoráveis sobre uma empresa ou marca nas mídias digitais, analisando as fases de engajamento de seus stakeholders?
Como equacionar tempo e tecnologias emergentes e escalonar os esforços dos colaboradores no webspace para que o seu negócio e marca sintam impactos plausíveis?
Quais as oportunidades para fortalecer os pontos de contato e identificar as áreas de melhoria durante o ciclo de vida do consumidor?
O maior desafio para marcas e empresas não é nem a tecnologia nem o budget, mas, sim, a mudança de cultura que permitirá para estas companhias reconhecer que o branding na web social requer um processo que permeia todos os departamentos, reinventando o processo de escuta, aprendendo e gerando mudanças e reconhecendo que nada é mais permanente. Afinal de contas, trabalhar mídias sociais não é grátis.
Também é preciso considerar que isto leva tempo e cada vez mais ele é moeda de troca.
Também é necessário trabalhar com gente competente, para iniciar os projetos e participar das comunidades ativamente, sendo fonte de influência e reputação.
Como já foi dito, muitas empresas têm dificuldades em escalonar seus colaboradores para atuar na web, mas quando conseguem, há inúmeros benefícios para o negócio.
Do ponto de vista corporativo, as mídias sociais são muito mais aprendizado do que entretenimento. Seu papel agora é ser um catalizador e integrar todos os departamentos e colaboradores ao redor da era digital.
O debate precisa desesperadamente evoluir.
* Gabriel Rossi é sócio fundador da consultoria em branding digital que leva o seu nome e profissional especializado na construção e gerenciamento de marcas na websocial, com passagens por instituições como Syracuse/Aberje, Madia Marketing School, University of London e Bell School. http://www.gabrielbranding.com.br/ / www.twitter.com/gabrielrossi / gabrielrossi.branding@gmail.com
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