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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A relação entre marcas e causas socialmente relevantes






Li outro dia dados de uma pesquisa que aponta tendências na relação entre consumidores, empresas e causas socialmente relevantes, dando conta de que o brasileiro tem se tornado um consumidor mais consciente, atuante e atento à relação entre marcas e causas socialmente relevantes, sendo um dos que mais se engajam em todo o mundo.

De acordo com os resultados da pesquisa – quarta edição anual da pesquisa Goodpurpose, conduzida pela Edelman junto a mais de 7 mil consumidores, distribuídos em 13 países -  o público do maior país da América Latina tem alta predisposição para valorizar, recomendar e manter-se leal a marcas cuja atuação relacionada a propósitos seja consistente. Entre 2007 e 2010, a crença neste cenário aumentou e a percepção de que as organizações atuam de forma genuína sobre propósitos subiu de 46% para 64%. Dentre as marcas cujo legado positivo já se faz presente figuram Natura, Omo, Petrobras, Ypê, Nestlé e Coca-Cola.

Os analistas sugerem que, “em comparação ao resto do mundo, o brasileiro aumentou severamente seu grau de envolvimento em causas”:  64% consideram-se mais engajados diante dos 34% correspondentes aos números globais.
  • O consumidor local também se diz mais consciente sobre empresas que, além de buscarem resultados financeiros, envolvem-se genuinamente em temas de interesse social.
  • O brasileiro mostra-se predisposto a confiar, promover e comprar produtos de organizações cujas práticas e ações pautam-se por princípios e valores concretos.
  • Na dimensão individual, o consumidor nacional acredita cada vez mais em sua condição de agente de transformação.
  • Aumentou, de 1% para 11%, a autoestima dos que se consideram potenciais defensores de causas e a ação pessoal não é considerada incompatível com atitudes das marcas. Segundo a pesquisa, 84% dos brasileiros acreditam que, juntos, marcas e consumidores podem fazer mais por uma causa do que se atuassem de modo separado.
  • Mas há alguns retrocessos: comparando números, de 2009 para cá a confiança nas instituições governamentais caiu de 62% para 52%.
Segundo Carol Cone, diretora da área de marca e cidadania corporativa da Edelman, “nos mercados emergentes, a notável aparição do ‘consumidor cidadão’ aconteceu rapidamente por conta das batalhas acerca de questões socialmente relevantes como as que gravitam em torno do meio ambiente e direitos humanos. Eles entendem o significado da causa e a querem no centro de suas vidas e interações com as marcas”.

Evoluimos, sim. Em 2007 a qualidade era preponderante na decisão de compra (61% contra 38% neste ano), já em 2010 a decisão distribui-se entre propósito social da marca (19%) e lealdade (15%). Considera-se que parte disso se deva aos novos formatos de divulgação – tese na qual eu creio, e não estou só: 82% dos respondentes acreditam que marcas devem divulgar sua atuação em causas para elevar o nível de conhecimento público sobre tais iniciativas.

“As marcas de maior sucesso são as que conseguem gerar benefícios sociais em conexão com seus negócios. Consistência e visão de longo prazo são fatores essenciais para empresas que desejam construir marcas por meio de causas: “as atitudes de uma marca devem refletir suas crenças e princípios, assim como a estratégia do seu negócio”

Yacoff Sarkovas


Outros números-chave da pesquisa no Brasil:
  • 84% concordam que marcas e consumidores, ao trabalharem juntos por uma causa, podem fazer mais do que se agissem separadamente.
  • 80% tendem a recomendar marcas que apoiam boas causas em detrimento das que não o fazem.
  • 74% trocariam de marca se uma outra, de qualidade similar, apoiasse uma boa causa.
  • 94% dos consumidores acreditam que a atuação sobre propósitos deve equilibrar interesses sociais e de negócio.
  • 76% creem que não basta às corporações simplesmente transferir dinheiro para causas; elas devem integrar os propósitos às suas estratégias e rotinas de negócio.
  • 72% gostariam de trabalhar para uma companhia se ela apoiasse ativamente uma causa.
  • 60% investiriam em uma companhia socialmente ativa.

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