Por Cleber Carminati*
Vitória, julho de 2007. Numa ensolarada manhã de domingo, no alto de São Benedito, terminando o café com a família me chega Rodrigo com o celular.
- Olha, tio, olha o filme que fiz!
Pego o aparelho e assisto no pequeno visor uma cena de luta entre dois meninos. São Guilherme e Glauber, primos menores de Rodrigo que tentam reproduzir os golpes que tanto vêem nos desenhos animados e similares. Para além da preocupação inicial – os movimentos desencontrados da “luta” que poderiam acabar machucando os pequenos e a forte influência da tevê no imaginário infantil, constatei nas mãos de uma criança de 11 anos a concretização de uma utopia que mobilizou muita gente nos anos 80: o vídeo ao alcance de todos.
Os anos 80 foram marcados como um momento de grandes transformações na produção audiovisual em terras capixabas. Podemos dizer mesmo que o ano de 85 foi uma espécie de divisor de águas neste campo. Foi quando o curso de Comunicação Social da UFES adquire, após uma greve de estudantes, uma câmera cancorder da Sony. Gravando em Betamax – formato que desapareceu com a entrada no mercado do VHS – essa máquina caiu nas mãos de um grupo que vinha provocando muita polêmica no campus por suas atividades político-culturais: o Balão Mágico.
Rapidamente a Beta se transformou numa espécie de dispositivo de captura da realidade. Com a mobilidade e a facilidade de manuseio que essa câmera trazia buscávamos registrar tudo ao nosso redor. E exibíamos tudo a todos. Impossível não se lembrar das infindáveis horas de registro da fauna e flora da matinha da UFES, do sol se pondo lentamente em tons de laranja gravados na caixa d’água… Enfim, capturávamos o tempo. O nosso tempo. E tínhamos todo o tempo do mundo.
Assim, o vídeo entrou na nossa cotidianidade. Cada manifestação, cada protesto, cada grafite, cada performance era agora presenciada infinitas vezes, multiplicada nos olhos de quem assistia. O vídeo se tornara vídeo-ação, numa extensão do nosso corpo, do nosso olhar, do nosso movimento.
Quando nos demos conta, esse movimento já trazia para si uma demanda de projetos que não encontravam nos já tradicionais meios audiovisuais – cinema e televisão – condições de realização. Tanto o cinema quanto a tevê possuíam (e ainda possuem) um modo de operar pouco acessível a jovens realizadores como nós, distantes dos cargos de poder e dos mecanismos de financiamento. Foi a tecnologia eletrônica do vídeo que nos permitiu ingressar efetivamente no universo audiovisual dos bens simbólicos e estabelecer um modo de produção que alguns vão chamar de independente, outros de alternativo, outros ainda de amador. Prefiro imaginar uma filosofia mais próxima do movimento punk que explodiu no final dos anos 70 e início dos 80, o do you it yourself. O “faça você mesmo” sua banda, suas músicas, apontava para uma experiência radical no âmbito da produção artístico-cultural. E o Movimento Vídeo aqui traduziu bem o espírito da época.
Vivíamos, no início da década de 80, um período de transição entre a ditadura militar e a retomada da democracia. A sociedade civil experimentava ares de mudança, de liberdade, contaminando a todos com um sentimento de união, de coletividade. O movimento pela anistia fez com os exilados retornassem e a Política voltava às praças com força e com vontade. Em 84 o movimento das diretas já ganhava as ruas do país, para ser barrado pelo conservadorismo do Congresso Nacional que preferiu eleger Tancredo Neves presidente da república. Mas quem tomou posse mesmo foi o vice José Sarney, fiel escudeiro do regime anterior, que praticamente encerrou a década no poder.
Se as mudanças que tanto sonhávamos para a implementação de uma nação livre e democrática apareciam aos nossos olhos como numa cena em câmera lenta, no micro universo ao nosso redor as transformações ocorriam de forma acelerada. Tudo que era sólido se desmanchava no ar. E o vídeo era a nossa testemunha. Com a instantaneidade da imagem eletrônica podíamos prescindir de toda espera mística da revelação. Gravávamos, assistíamos, não ficava bom, então voltávamos a fita e fazíamos de novo. Esse tipo de procedimento vigorava muito na época, pois as ilhas de edição se achavam restritas às tevês e a algumas poucas produtoras independentes, além do Laboratório de Audiovisual da Ufes – Laufes, no antigo centro pedagógico.
Assim, às dificuldades decorrentes da precariedade tecnológica contrapúnhamos a imaginação criativa que, potencializada pelo trabalho coletivo, materializava-se em soluções práticas, mas também conceituais. Isso fez com que desenvolvêssemos alguns percursos que merecem registro, principalmente no entendimento do vídeo mais como processo do que como produto.
É o caso do projeto Vídeo-Comunitário em São Pedro (86-87). Essa localidade ganhara fama na cidade por abrigar um grande depósito de lixo a céu aberto, o “lixão”. Várias pessoas tiravam dele o seu sustento, o que foi retratado em cores naturalistas no documentário em vídeo Lugar de toda Pobreza (1983). Dirigido pelo crítico e cineasta Amylton de Almeida e produzido pela Rede Gazeta de Comunicações, sua exibição no cineclube Metrópolis da Ufes provocou uma comoção generalizada entre jovens universitários pouco familiarizados com a nossa realidade. Apesar de apresentar uma situação de vida indigna e calamitosa naquelas condições, algumas lideranças locais entendiam que o vídeo reforçava o preconceito contra a região, pois não só lixo existia ali. Fruto de ocupações nos anos 70, a comunidade organizada lutava por melhorias em várias frentes; e para seus integrantes a imagem de lugar de toda pobreza não ajudava muito. Polêmica à parte, surgiu a oportunidade de realizar, em parceria com o movimento social dali, um trabalho que consistia basicamente em vídeos-reportagens sobre o local, conduzidas pelos próprios moradores. Estas eram depois mostradas e discutidas por todos nas reuniões da associação de bairro. Era o vídeo em sua dimensão política de TV comunitária. E não éramos os únicos. Dentro desta perspectiva de democratização do acesso aos meios de comunicação, outras experiências semelhantes se desenvolviam pelo país afora. Era o movimento do vídeo popular que ganhava força enquanto dispositivo de resistência.
Malgrado o estigma imposto em decorrência de sua “imagem precária”, “aquém” da “qualidade técnica” exigida pelas emissoras de tv e pouco dada à “impressão de realidade” tão cara à imagem cinematográfica, o Movimento Vídeo na UFES conseguiu realizar alguns experimentos que entraram para a história do audiovisual no Espírito Santo. Isto dentro da proposta do vídeo como obra acabada, nos moldes do cinema e da televisão. É o caso de Refluxo (1986), tido como o primeiro vídeo de ficção do estado. Com argumento e direção de Sergio de Medeiros, pode ser considerado como uma típica produção coletiva do vídeo dos anos 80, onde os limites e as funções de cada participante não eram definidos claramente. Imperava a máxima do fazer aprendendo e do aprender fazendo; e todos colaboravam de alguma forma.
Com este mesmo princípio foi realizado, em 1987, o documentário O Resgate, que tem como tema a retomada do patrimônio dos estudantes capixabas, confiscado durante a ditadura. Outra produção que mobilizou a Turma do Balão nesse período foi Rendam-se Terráqueos. Este vídeo era parte do projeto de graduação Cidade Utópica, do então estudante de arquitetura Antônio Chalhub, e ainda permanece para mim um mistério por não ter tido a oportunidade de vê-lo finalizado.
Podemos destacar outras produções que marcaram época na universidade e que não estavam ligadas diretamente ao Balão Mágico. Formólia (1986), de Ricardo Nespoli e Paulo Sérgio Socó, nos jogava dentro de um ferro-velho para então revelar a beleza dos seus recantos e ruínas. O vídeo ampliava a plasticidade dos escombros a ponto de tocar a poesia. Também de Ricardo Nespoli, agora em parceria com Renzo Pretti, veio Janelas (1987) com uma visão antropofágica do universo das relações pessoais.
O projeto de caráter performático Aedes aegyptis (1986-87), dos jovens artistas Mac, Rosana Paste e Celso Adolfo, usava o vídeo para registrar as suntuosas encenações desenvolvidas a partir de uma surreal recriação do mundo dos faraós. Daí para o teatro foi um passo. Com o grupo Éden Dionisíaco do Brasil o vídeo subiu ao palco como personagem. Na montagem dos Quadros Bíblicos (1989) a cabeça de João Batista foi entregue numa tevê e a visão do Inferno ganhou projeção eletrônica para finalizar o espetáculo.
Vale destacar também uma outra aproximação entre vídeo e televisão, responsável por um momento de grande riqueza criativa na esfera da artemídia local. Produzido pela TV Educativa, concebido e dirigido pelo artista plástico Ronaldo Barbosa em parceria com Ricardo Néspoli, Graúna Barroca (1989-90) evidenciava o belo e o trágico dos encontros, entre mar e areia, entre fogo e água e, principalmente, entre homem e natureza. Sem dúvida uma obra de rara beleza visual.
Fechando a década, o vídeo virou objeto, tema e produto dos dois primeiros trabalhos de conclusão de curso da comunicação social da Ufes: a minha meta-reflexão sobre O vídeo como aparelho eletrodoméstico e Ricardo Néspoli com sua vivência de Graúna Barroca.
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* Cleber Carminati é mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP e Professor do Curso de Comunicação Social da UFES.
Fonte: http://www2.abdcapixaba.com.br/
Vitória, julho de 2007. Numa ensolarada manhã de domingo, no alto de São Benedito, terminando o café com a família me chega Rodrigo com o celular.
- Olha, tio, olha o filme que fiz!
Pego o aparelho e assisto no pequeno visor uma cena de luta entre dois meninos. São Guilherme e Glauber, primos menores de Rodrigo que tentam reproduzir os golpes que tanto vêem nos desenhos animados e similares. Para além da preocupação inicial – os movimentos desencontrados da “luta” que poderiam acabar machucando os pequenos e a forte influência da tevê no imaginário infantil, constatei nas mãos de uma criança de 11 anos a concretização de uma utopia que mobilizou muita gente nos anos 80: o vídeo ao alcance de todos.
Os anos 80 foram marcados como um momento de grandes transformações na produção audiovisual em terras capixabas. Podemos dizer mesmo que o ano de 85 foi uma espécie de divisor de águas neste campo. Foi quando o curso de Comunicação Social da UFES adquire, após uma greve de estudantes, uma câmera cancorder da Sony. Gravando em Betamax – formato que desapareceu com a entrada no mercado do VHS – essa máquina caiu nas mãos de um grupo que vinha provocando muita polêmica no campus por suas atividades político-culturais: o Balão Mágico.
Rapidamente a Beta se transformou numa espécie de dispositivo de captura da realidade. Com a mobilidade e a facilidade de manuseio que essa câmera trazia buscávamos registrar tudo ao nosso redor. E exibíamos tudo a todos. Impossível não se lembrar das infindáveis horas de registro da fauna e flora da matinha da UFES, do sol se pondo lentamente em tons de laranja gravados na caixa d’água… Enfim, capturávamos o tempo. O nosso tempo. E tínhamos todo o tempo do mundo.
Assim, o vídeo entrou na nossa cotidianidade. Cada manifestação, cada protesto, cada grafite, cada performance era agora presenciada infinitas vezes, multiplicada nos olhos de quem assistia. O vídeo se tornara vídeo-ação, numa extensão do nosso corpo, do nosso olhar, do nosso movimento.
Quando nos demos conta, esse movimento já trazia para si uma demanda de projetos que não encontravam nos já tradicionais meios audiovisuais – cinema e televisão – condições de realização. Tanto o cinema quanto a tevê possuíam (e ainda possuem) um modo de operar pouco acessível a jovens realizadores como nós, distantes dos cargos de poder e dos mecanismos de financiamento. Foi a tecnologia eletrônica do vídeo que nos permitiu ingressar efetivamente no universo audiovisual dos bens simbólicos e estabelecer um modo de produção que alguns vão chamar de independente, outros de alternativo, outros ainda de amador. Prefiro imaginar uma filosofia mais próxima do movimento punk que explodiu no final dos anos 70 e início dos 80, o do you it yourself. O “faça você mesmo” sua banda, suas músicas, apontava para uma experiência radical no âmbito da produção artístico-cultural. E o Movimento Vídeo aqui traduziu bem o espírito da época.
Vivíamos, no início da década de 80, um período de transição entre a ditadura militar e a retomada da democracia. A sociedade civil experimentava ares de mudança, de liberdade, contaminando a todos com um sentimento de união, de coletividade. O movimento pela anistia fez com os exilados retornassem e a Política voltava às praças com força e com vontade. Em 84 o movimento das diretas já ganhava as ruas do país, para ser barrado pelo conservadorismo do Congresso Nacional que preferiu eleger Tancredo Neves presidente da república. Mas quem tomou posse mesmo foi o vice José Sarney, fiel escudeiro do regime anterior, que praticamente encerrou a década no poder.
Se as mudanças que tanto sonhávamos para a implementação de uma nação livre e democrática apareciam aos nossos olhos como numa cena em câmera lenta, no micro universo ao nosso redor as transformações ocorriam de forma acelerada. Tudo que era sólido se desmanchava no ar. E o vídeo era a nossa testemunha. Com a instantaneidade da imagem eletrônica podíamos prescindir de toda espera mística da revelação. Gravávamos, assistíamos, não ficava bom, então voltávamos a fita e fazíamos de novo. Esse tipo de procedimento vigorava muito na época, pois as ilhas de edição se achavam restritas às tevês e a algumas poucas produtoras independentes, além do Laboratório de Audiovisual da Ufes – Laufes, no antigo centro pedagógico.
Assim, às dificuldades decorrentes da precariedade tecnológica contrapúnhamos a imaginação criativa que, potencializada pelo trabalho coletivo, materializava-se em soluções práticas, mas também conceituais. Isso fez com que desenvolvêssemos alguns percursos que merecem registro, principalmente no entendimento do vídeo mais como processo do que como produto.
É o caso do projeto Vídeo-Comunitário em São Pedro (86-87). Essa localidade ganhara fama na cidade por abrigar um grande depósito de lixo a céu aberto, o “lixão”. Várias pessoas tiravam dele o seu sustento, o que foi retratado em cores naturalistas no documentário em vídeo Lugar de toda Pobreza (1983). Dirigido pelo crítico e cineasta Amylton de Almeida e produzido pela Rede Gazeta de Comunicações, sua exibição no cineclube Metrópolis da Ufes provocou uma comoção generalizada entre jovens universitários pouco familiarizados com a nossa realidade. Apesar de apresentar uma situação de vida indigna e calamitosa naquelas condições, algumas lideranças locais entendiam que o vídeo reforçava o preconceito contra a região, pois não só lixo existia ali. Fruto de ocupações nos anos 70, a comunidade organizada lutava por melhorias em várias frentes; e para seus integrantes a imagem de lugar de toda pobreza não ajudava muito. Polêmica à parte, surgiu a oportunidade de realizar, em parceria com o movimento social dali, um trabalho que consistia basicamente em vídeos-reportagens sobre o local, conduzidas pelos próprios moradores. Estas eram depois mostradas e discutidas por todos nas reuniões da associação de bairro. Era o vídeo em sua dimensão política de TV comunitária. E não éramos os únicos. Dentro desta perspectiva de democratização do acesso aos meios de comunicação, outras experiências semelhantes se desenvolviam pelo país afora. Era o movimento do vídeo popular que ganhava força enquanto dispositivo de resistência.
Malgrado o estigma imposto em decorrência de sua “imagem precária”, “aquém” da “qualidade técnica” exigida pelas emissoras de tv e pouco dada à “impressão de realidade” tão cara à imagem cinematográfica, o Movimento Vídeo na UFES conseguiu realizar alguns experimentos que entraram para a história do audiovisual no Espírito Santo. Isto dentro da proposta do vídeo como obra acabada, nos moldes do cinema e da televisão. É o caso de Refluxo (1986), tido como o primeiro vídeo de ficção do estado. Com argumento e direção de Sergio de Medeiros, pode ser considerado como uma típica produção coletiva do vídeo dos anos 80, onde os limites e as funções de cada participante não eram definidos claramente. Imperava a máxima do fazer aprendendo e do aprender fazendo; e todos colaboravam de alguma forma.
Com este mesmo princípio foi realizado, em 1987, o documentário O Resgate, que tem como tema a retomada do patrimônio dos estudantes capixabas, confiscado durante a ditadura. Outra produção que mobilizou a Turma do Balão nesse período foi Rendam-se Terráqueos. Este vídeo era parte do projeto de graduação Cidade Utópica, do então estudante de arquitetura Antônio Chalhub, e ainda permanece para mim um mistério por não ter tido a oportunidade de vê-lo finalizado.
Podemos destacar outras produções que marcaram época na universidade e que não estavam ligadas diretamente ao Balão Mágico. Formólia (1986), de Ricardo Nespoli e Paulo Sérgio Socó, nos jogava dentro de um ferro-velho para então revelar a beleza dos seus recantos e ruínas. O vídeo ampliava a plasticidade dos escombros a ponto de tocar a poesia. Também de Ricardo Nespoli, agora em parceria com Renzo Pretti, veio Janelas (1987) com uma visão antropofágica do universo das relações pessoais.
O projeto de caráter performático Aedes aegyptis (1986-87), dos jovens artistas Mac, Rosana Paste e Celso Adolfo, usava o vídeo para registrar as suntuosas encenações desenvolvidas a partir de uma surreal recriação do mundo dos faraós. Daí para o teatro foi um passo. Com o grupo Éden Dionisíaco do Brasil o vídeo subiu ao palco como personagem. Na montagem dos Quadros Bíblicos (1989) a cabeça de João Batista foi entregue numa tevê e a visão do Inferno ganhou projeção eletrônica para finalizar o espetáculo.
Vale destacar também uma outra aproximação entre vídeo e televisão, responsável por um momento de grande riqueza criativa na esfera da artemídia local. Produzido pela TV Educativa, concebido e dirigido pelo artista plástico Ronaldo Barbosa em parceria com Ricardo Néspoli, Graúna Barroca (1989-90) evidenciava o belo e o trágico dos encontros, entre mar e areia, entre fogo e água e, principalmente, entre homem e natureza. Sem dúvida uma obra de rara beleza visual.
Fechando a década, o vídeo virou objeto, tema e produto dos dois primeiros trabalhos de conclusão de curso da comunicação social da Ufes: a minha meta-reflexão sobre O vídeo como aparelho eletrodoméstico e Ricardo Néspoli com sua vivência de Graúna Barroca.
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* Cleber Carminati é mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP e Professor do Curso de Comunicação Social da UFES.
Fonte: http://www2.abdcapixaba.com.br/
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