A 29ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo, cujo tema será Arte e Política, convidou a Secretaria de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura, SCC-MinC, para o desenvolvimento de atividades colaborativas que incluem a participação dos Pontos de Cultura na mais importante mostra de artes visuais do país.
Imagem da intervenção do artista Maurício Adinolfi com o Ponto de Cultura Arte no Dique, na Vila Gilda, Santos (SP), viabilizado por meio do prêmio Interações Estéticas e presente na mostra rupturaCONtradição
A participação ocorre em dois momentos:
No período anterior à abertura, o programa de formação sobre arte contemporânea por meio de cursos e palestras estará aberto à participação de educadores e representantes dos Pontos de Cultura.
Durante a 29 ª Bienal, de 20 de setembro a 10 de dezembro, os representantes dos Pontos participam em seminários, debates e mesas redondas. A equipe de curadoria da exposição está definindo ainda a participação dos Pontos de Cultura no espaço expositivo, que será composto por seis “terreiros”.
O prédio onde acontece a Bienal no Ibirapuera (SP) abrigou o primeiro Encontro Nacional dos Pontos de Cultura, a Teia, em 2006. Neste encontro, os Pontos de Cultura iniciaram o diálogo sobre a construção estética comum a diversos Pontos, na qual a cultura popular incorpora novos suportes, mídias e canais, mesclando signos rurais e urbanos. Esse diálogo culminou nas últimas duas edições do Encontro Nacional dos Pontos, em duas mostras artísticas organizadas com curadoria do artista plástico Bené Fonteles: no Museu da República (DF), a exposição “Fica o erudito, pelo não dito”, em 2008; e, no Dragão do Mar (CE), a mostra “rupturaCONtradição”, em 2010.
Outro fato importante nessa relação e refletido nas duas mostras são os resultados do Prêmio Interações Estéticas (parceria entre a SCC-MinC e Funarte), que promove residências artísticas nos Pontos de Cultura.
O principal objetivo da parceria entre a SCC-MinC e a organização da Bienal é:
Realizar atividades que permitam uma ampla troca de saberes e experiência como forma de trabalhar o desenvolvimento da arte e a cultura Brasileira. Manter clara a proposta estética da intervenção dos Pontos como linguagem plasmada no conceito da exposição “rupturaCONtradição”.
Sobre o projeto educativo
A 29ª Bienal de São Paulo elaborou um Projeto Educativo especial que oferece curso de formação para professores, educadores e artistas em geral.
O Projeto Educativo alimenta e é alimentado por uma rede de colaborações. A partir da troca de idéias e experiências entre profissionais de instituições culturais e educativas, bem como de ONGs e comunidades, criam-se diálogos mobilizadores em torno das relações entre arte e política.
O debate está na base do projeto curatorial da mostra, que recebe o título “Há sempre um copo de mar para um homem navegar”, verso do poeta Jorge de Lima (Invenção de Orfeu, 1952).
Para os curadores Moacir dos Anjos e Agnaldo Farias, o trecho sintetiza o mote da exposição: a idéia de que a dimensão utópica da arte está contida nela mesma e não no que está fora ou além dela.
Se uma das facetas mais potentes da arte é indagar a possibilidade daquilo que ainda não é, a mesma indagação está presente no Projeto Educativo da 29ª Bienal, de curadoria de Stela Barbieri. As ações do educativo estão estruturadas em ações antes, durante e depois da mostra.
O objetivo é oferecer aproximações com a arte contemporânea e com os conteúdos da 29ª Bienal para utilização em sala de aula, oficinas e encontros educativos, com intuito de preparar os visitantes para a visita à exposição. Inscrições abertas para o mês de julho.